A maior parte do mundo está transformando sua comunicação para um formato mais rápido e direto ao ponto. E um dos exemplos mais interessantes é o Twitter. Apesar de José Saramago ter declarado que “(…) Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.” Todos nós estamos cientes de que não é preciso dramatizar os rumos da nova comunicação.
Quem já viu o vídeo da campanha do Twitter para o Prêmio Caboré 2014? À primeira vista pode parecer um trabalho simples como qualquer outro. Mas reparem que ele trabalha com dois tipos de comunicação que se complementam: mensagem e hashtag. Esta última com certo teor de humor e ironia, selecionada de acordo com a popularidade de cada uma pelos usuários de sua rede.
Mas e se fosse para resumir uma mensagem bem maior? Daria certo?
Sim. É o caso da animação que a Mashable divulgou recentemente, contando nada menos que a história da publicidade em 60 segundos (ou 69, de acordo com o YouTube). Preste atenção que um resumo não possui obrigação de conter todas as informações, aliás, é isto que o torna um resumo: selecionar as informações necessárias de acordo com o objetivo que a mensagem deseja alcançar.
Certo, mas e se alguém precisar contar a história da empresa? Também é possível. Quem nunca passou pelo desconforto em ver, durante uma apresentação, o palestrante perdendo (e não investindo) ao menos dez minutos para falar de onde trabalha. E ainda assim você não entender totalmente? A Fast Company possui vários vídeos contando a história de diversas empresas em curto tempo. E são excelentes. Que tal contar a história da Nike em três minutos? Eis o vídeo abaixo, e ele é um exemplo de síntese de informação para otimizar tempo da audiência:
https://www.fastcompany.com/embed/e5ce1cb09187e
Afunilando ainda mais o assunto, que tal falarmos de apresentações? De acordo com um estudo do SlideShare, principal rede social de compartilhamento de apresentações do mundo, as apresentações estão diminuindo consideravelmente a quantidade de slides e de forma avassaladora a quantidade de texto em cada um deles. Isto é, os bullet points estão entrando em extinção, dando lugar à mensagens mais resumidas e focadas. E funciona!
Tempo x comunicação e os festivais inovadores
Mas antes do SlideShare desenvolver esse estudo já existia o Pecha Kucha. Ou “a arte das apresentações concisas”, metodologia japonesa que consiste em desenvolver apresentações com 20 slides (nem mais nem menos) cada um com 20 segundos (em automático, sem controle do apresentador).
E o TED? Falamos tanto dele por aqui e não nos cansamos. Palestras de uma hora? Nem pensar! Aqui a regra é até 18 minutos e, por mais que alguns achem isso impossível, basta acessar o site para ver todas as palestras feitas no mundo inteiro em um período de nada menos que três décadas. Você ainda tem dúvidas de que o sistema funciona?
E funciona mesmo. Claro que ainda existe muito campo a se explorar, mas diversas empresas já estão adotando o modelo acima como padrão de comunicação em apresentações para seus funcionários exercerem durante as reuniões e convenções – estamos mais próximos do fim dos bocejos.
Comunicação dinâmica também no digital
Se você acha que as tendências acima são fantasiosas, lembre-se do constante crescimento do uso de Emoji. Independente da idade, cada símbolo representa uma informação que a pessoa deseja passar. Claro que cada caractere também é um símbolo (e o agrupamento deles é que formam as palavras, que formam as frases etc.). Porém os Emojis possuem maior apelo visual por representarem visualmente algum elemento presente em nosso cotidiano.
Se você quer falar sobre “tomar uma bebida depois do expediente”, por exemplo, poderá usar apenas três imagens: drink, relógio e rostinho feliz. Já houve até um projeto que reescrevia histórias famosas utilizando apenas Emojis (se não viu ainda, clique aqui e veja).
Quando achamos que a comunicação alcançou seu limite, novas perspectivas surgem para nos mostrar que ainda temos muito potencial para nos comunicarmos sem necessariamente consumirmos tanto tempo. Tanto o do interlocutor quanto o da audiência. E em uma época as pessoas estão buscando maior produtividade, cada minuto é valioso na hora de conquistar a atenção e transmitir uma mensagem com resultado.
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